Da Sustentabilidade à Legitimidade: Reflexões para a Empresa do Século XXI

Resumo

Na conversa contemporânea sobre negócios, poucas palavras adquiriram tanto poder e, ao mesmo tempo, tanta complexidade quanto sustentabilidade. O que era percebido há algumas décadas como uma responsabilidade periférica, hoje constitui um eixo estratégico que conecta a legitimidade das organizações, sua competitividade nos mercados internacionais e sua capacidade de gerar confiança na sociedade. A sustentabilidade deixou de ser um discurso para se tornar uma linguagem compartilhada que redefine como concebemos o valor dos negócios.

Em minha pesquisa, explorei precisamente essas interseções.

Uma das questões que nortearam minhas primeiras revisões sistemáticas foi: o que vem primeiro, a sustentabilidade ou a reputação corporativa? A análise de quase duas décadas de literatura mostrou que, na maioria dos casos, a sustentabilidade atua como antecedente e catalisador da reputação, consolidando-se como uma ferramenta para aceitação social e posicionamento de marca (Gomez-Trujillo et al., 2020). Não se trata apenas de cumprir indicadores, mas de compreender que as práticas ambientais, sociais e de governança constroem uma narrativa credível que permite à empresa diferenciar-se, proteger-se de riscos reputacionais e garantir a sua sobrevivência a longo prazo.