ARTÍCULOS ORIGINALES
E-ISSN 2389-8194
Vol. 11, No. 2
Julio-diciembre de 2024
doi: https://doi.org/10.16967/23898186.895
pp. 5-22
rpe.ceipa.edu.co
* PhD em Estratégia e Gestão de Projetos. Skema Business School, Lille, França. E-mail: cristiano.deangelis@skema.edu. ORCID: 0000-
0002-8025-7871. Google Scholar: https://scholar.google.com/citations?user=-UK8XCgAAAAJ&hl=pt-BR.
O modelo Cultura-Conhecimento-
Inteligência para diminuir a fuga de
talentos: um estudo comparativo entre
Brasil e Alemanha
CRISTIANO DE ANGELIS*
E-ISSN 2389-8194
Vol. 11, No. 2
Julio-diciembre de 2024
doi: https://doi.org/10.16967/23898186.895
COMO CITAR ESTE ARTÍCULO
How to cite this article:
De Angelis, C. (2024). O modelo
Cultura-Conhecimento-Inteligência
para diminuir a fuga de talentos: um
estudo comparativo entre Brasil e
Alemanha. Revista Perspectiva
Empresarial, 11(2), 5-22.
Recibido: 22 de septiembre de 2024
Aceptado: 16 de diciembre de 2024
RESUMO Objetivo. Analisar a importância de criar conhecimento e experiência relevantes
por meio do desenvolvimento da inteligência cultural. Metodologia. Este trabalho realiza uma
revisão integrativa da literatura sobre gestão do conhecimento, inteligência organizacional
e inteligência cultural. Resultados. O modelo de cultura-conhecimento-inteligência mostra
a importância de aprender com outras culturas para rever crenças, valores e suposições e
então organizar uma vida inteira com novo propósito, o que concede não apenas signicado
como também inspiração e motivação para aprendizagem continua e realização. Conclusões.
A principal conclusão é que a inteligência é mais importante do que o conhecimento para
promover o desenvolvimento. Portanto, a barreira de acesso ao conhecimento relevante no
Brasil e sua aplicação pode ser superada por um modelo de inteligência cultural baseado
em um programa de intercâmbio semelhante ao Erasmus e parceria entre empresas e
universidades.
PALAVRAS CHAVE fuga de cérebros, inteligência cultural, gestão do conhecimento, cultura
nacional, inteligência organizacional.
El modelo cultura-conocimiento-inteligencia para reducir la fuga de talentos:
un estudio comparativo entre Brasil y Alemania
RESUMEN Objetivo. Analizar la importancia de crear conocimiento y experiencia relevante a
través del desarrollo de la inteligencia cultural. Metodología. Este trabajo realiza una revisión
integradora de la literatura sobre gestión del conocimiento, inteligencia organizacional e
inteligencia cultural. Resultados. El modelo cultura-conocimiento-inteligencia muestra la
importancia de aprender de otras culturas para revisar creencias, valores y suposiciones y
luego organizar una vida entera con un nuevo propósito que proporcione no solo signicado,
sino también inspiración y motivación para el aprendizaje y el logro continuos. Conclusiones.
La conclusión principal es que la inteligencia es más importante que el conocimiento para
promover el desarrollo. Por tanto, la barrera de acceso al conocimiento relevante en Brasil y
su aplicación puede ser superada mediante un modelo de inteligencia cultural basado en un
programa de intercambio similar a Erasmus y en asociaciones entre empresas y universidades.
PALABRAS CLAVE fuga de cerebros, inteligencia cultural, gestión del conocimiento, cultura
nacional, inteligencia organizacional.
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ARTÍCULOS
CRISTIANO DE ANGELIS
Revista Perspectiva Empresarial, Vol. 11, No. 2, julio-diciembre de 2024, 5-22
E-ISSN 2389-8194
A culture-knowledge-intelligence model for reducing talent drain: A
comparative study of Brazil and Germany
ABSTRACT Objective. To investigate the importance of generating relevant knowledge
and experience through the enhancement of cultural intelligence. Methodology.
This work comprehensively reviews the literature on knowledge management,
organizational intelligence, and cultural intelligence. Results. The culture-knowledge-
intelligence model highlights the signicance of embracing diverse cultures to reflect
on personal beliefs, values, and assumptions, guiding one to create a life centered
around a renewed purpose. This ultimately brings meaning and fosters inspiration
and motivation for continued growth and success. Conclusions. The main conclusion
is that intelligence plays a more critical role than knowledge in fostering development.
Therefore, a cultural intelligence model based on an Erasmus-style exchange program
and university-industry partnerships can help reduce the barriers to accessing and
applying relevant knowledge in Brazil.
KEY WORDS Brain Drain, Cultural Intelligence, Knowledge Management, National
Culture, Organizational Intelligence.
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Introdução
O objetivo do trabalho é compartilhar o modelo
de cultura-conhecimento-inteligência —CCI—
e assim propiciar uma estratégia para fornecer
experiência relevante ao estudante brasileiro
em outros países; desenvolvendo assim o hábito
de leitura ao mesmo tempo uma oportunidade
para crenças, valores e suposições. Uma dessas
estratégias, advindas do modelo CCI, é estabelecer
parcerias entre empresas e universidades para
intercambio estudantil interno, o que prepara para
uma possível experiência externa à medida que se
cria programas de intercâmbio internacional como o
programa europeu Erasmus. Infelizmente a América
do Sul é vítima da falta de acesso ao conhecimento
desde a Operação Militar Americana Condor, que
marcou o início da ditadura militar no Continente.
O artigo, ao mesmo tempo que propõe uma
parceria entre empresas e universidades, apresenta
um modelo CCI para basear essa parceria. Veja que
sem entender o impacto da cultura no conhecimento
e inteligência não conseguimos entender porque os
jovens facilmente entram na cultura de distração

outras culturas, crenças, suposições e tradições, e se
perdem também na questão da consciência política.
Rocha, Brito e Cerce (2022) explicam que
a Dell, a partir de uma parceria com o Institute
for the Future —IFTF—, realizaram um estudo

como as tecnologias emergentes —em particular AI

irão alterar a forma como vivemos e trabalhamos
até 2030. O resultado principal desse estudo foi a
previsão de que 85% dos trabalhos que existirão
em 2030 serão novos.
Vassali, Janissek-Muniz e Marroni (2022)
destacam que é inegável o potencial transformador
da IA, que impacta desde a capacidade inovativa e
tecnológica das organizações até seu desempenho
em termos de processos e economia, mas alertam
1 A Internet das Coisas —IoT— é um sistema complexo e dinâmico de dispositivos conectados numa escala sem precedentes. Os
avanços na tecnologia estão possibilitando uma adoção mais ampla da IoT, desde microcâmeras em forma de pílula que podem
identicar milhares de imagens dentro do corpo, até sensores inteligentes que podem avaliar as condições das colheitas em uma
fazenda, até os dispositivos domésticos inteligentes que estão se tornando cada vez mais popular.
para: (i) “caixa preta” que não deixa claro os limites
entre cada stakeholder quando a responsabilidade
legal precisar ser determinada (Li and Sullivan,
2020); (ii) o mecanismo de “autoreforço” que
pode potencialmente exacerbar problemas sociais
existentes tais como preconceito e discriminação
(Nelson et al., 2008); (iii) a subjetividade da
IA que pode causar problemas éticos e legais,
especialmente nos campos onde direitos eram
previamente cedidos à humanos (Balkin, 2017).
Com as alterações das intenções de voto da era


segurança associados ao seu uso indevido também
aumentam.
E se não bastasse, muitas pessoas vítimas das
empolgações tecnológicas, em particular depois
do esfriamento do capitalismo ocasionado pela
pandemia, estão focando em oportunidades de
inovação oferecidas pela IoT1, mas até agora
relativamente pouco tem sido dito de seu lado mais
sombrio.
John Moor, diretor do The Internet of Things
Security Foundation, advertiu “Se não tivermos

E alguns deles, sem precedentes” (IASME, 2021).

pelos ciberataques. A mesma conclusão foi obtida
pelo Grupo Telefónica em parceria com uma série de
organizações que operam no domínio da segurança
cibernética, como o CICTE (Comitê Interamericano
contra o Terrorismo da OEA), o NMI (National
Microelectronics Instituto), o Telematics Grupo
de Engenharia da Universidade de Cantabria, o
Kaspersky Lab, SIGFOX e Intel Corporation Iberia.
Em consonância com a ex-chanceler alemã
Angela Merkel, este trabalho descobriu que o
multiculturalismo, juntamente com algumas
inovações da Indústria 4.0 (manufatura inteligente),
pode ajudar no desenvolvimento econômico.
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No entanto, o Brasil, um país isolado da América
do Sul com o português como única língua, tem um

mais portas ao comunismo na era dos smartphones,
das redes sociais, de pandemias e das guerras.
Tanto as pandemias como as guerras se iniciam
em países com línguas mais fáceis de aprender e

mais fácil manipular as pessoas. Foi por isso que a
Itália e a Ucrânia2, países bom baixíssimo nível de
inteligência cultural, foram escolhidos para iniciar
a pandemia e a guerra, respectivamente.
Após cair mais duas posições, o Brasil passou
a ocupar a 62ª colocação no Ranking Mundial de
Competitividade do Institute for Management
Development (IMD, 2024). O ranking é formado

frente apenas do Peru, Nigéria, Gana, Argentina e
Venezuela. Segundo Ansar (2018), o talento é uma
qualidade desejável em todos os seres humanos, e
as organizações precisam de trabalhadores com o
“Talento” apropriado.

fuga de talentos como um fenómeno de pessoas

desenvolvimento para países desenvolvidos. Esta
Cambridge Dictionary,
nomeadamente: “A fuga de cérebros é a situação
em que um grande número de pessoas instruídas

para viver e trabalhar noutro onde os salários e as
condições são melhores”.
Normalmente, as empresas evitam a fuga de

melhorar as competências dos funcionários e dar-
lhes o que desejam. Contudo, este artigo propõe
uma parceria entre empresas e universidades para
criar um programa de intercâmbio de estudantes na
América do Sul, semelhante ao que existe na Europa,
como Erasmus3 (o Programa da Comissão Europeia
para a educação, formação, juventude e desporto).
2 Os indicadores podem ser obtidos nos seguintes links: https://www.imd.org/entity-prole/italy-wcr/#_yearbook e https://
pt.countryeconomy.com/governo/indice-global-competitivida/ucrania.
3 É um plano europeu de gestão de diversas administrações públicas, que apoia e facilita a mobilidade académica dos estudantes
e professores universitários através do mundo inteiro.
Embora exemplos de educação para o
empreendedorismo através da colaboração
universidade-indústria possam ser vistos em
diversas universidades em diversos países
(Etzkowitz and Leydesdorff, 2000; Barr et al., 2009;
Meyer et al., 2011; Lundqvist and Williams, 2013),
a educação colaborativa entre a universidade e a

oferecer modelos e práticas claras para promover

criação e aplicação de novos conhecimentos entre
estes dois grupos.
A fuga de cérebros, sem retorno para o Brasil,
traz diversos problemas e isso pode motivar pais e
professores a patrocinar uma mudança cultural e
talvez mudar o modelo mental de alunos espertos
(que se aproveitam um dos outros), apostando
na construção da inteligência dos estudantes,
(experiência relevante para aplicar conhecimento)
ao ajudá-los a lidar com a “complexidade” de
conhecer outras culturas por meio de programas
de intercâmbio acadêmico.
De acordo com o International Institute for
Management Development —IMD— o Brasil

sua cooperação internacional, da necessidade de
cultivar, reter e recrutar talentos, além de promover
a coesão social e a inclusão social.
A Alemanha tem uma forte ligação com o Brasil,
e principalmente com São Paulo, onde cônsules
alemães representam o então Reino da Prússia em
Santos desde 1840. Em 1869 foi nomeado o primeiro
cônsul alemão em São Paulo. O Estado de São Paulo
é o maior polo industrial alemão fora da Alemanha.
Cerca de 1.200 empresas alemãs estão sediadas no
Brasil (Faria, 2022).
     
brasileiras em acessar o conhecimento acadêmico
e a falta de experiência prática dos estudantes
brasileiros mostra a importância de um intercâmbio
estudantil com outros países com mais experiência,
principalmente a Alemanha. A inteligência cultural
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
organizacional ao promover a criação, troca,
aprendizado, aperfeiçoamento, organização e

universidades quanto das indústrias.
Os processos de criação e aplicação do
conhecimento, nas universidades e indústrias,
respectivamente, dependem de um modelo, uma
estratégia, de atuação. Portanto, este artigo propõe
o modelo CCI para entender a alta importância
do impacto que o conhecimento e a inteligência
recebem da cultura. Com base no exposto, o artigo
está dividido nas seguintes seções: (i) A integração
entre práticas de gestão do conhecimento e
inteligência organizacional; (ii) Inteligência cultural
como ferramenta para reduzir a fuga de talentos;
(iii) Um modelo de inteligência cultural, gestão do
conhecimento e inteligência organizacional.
A integração da gestão do
conhecimento e da inteligência
organizacional

a gestão do conhecimento —GC—como um conjunto
de ferramentas, técnicas, táticas e tecnologias
destinadas a aproveitar os ativos intangíveis
da organização por meio da extração de dados,
informações relevantes e conhecimentos relevantes
para facilitar a tomada de decisões.
As práticas de GC selecionadas para reduzir a
fuga de cérebros são: mentoria, melhores práticas
e lições aprendidas.
Rothberg e Erickson (2004) argumentam que
o conhecimento é estático e, em última análise, só
tem valor se as pessoas o usarem.

organizacional —IO— como um ciclo contínuo
de atividades que incluem sentir o ambiente,
desenvolver insights    
meio da interpretação, usando a memória
de experiências passadas para agir sobre as
interpretações desenvolvidas. IO refere-se a um
processo de transformar dados em conhecimento
       
organização (Cronquist, 2011).
As ferramentas de IO combinam uma mistura de
elementos sociotécnicos de (i) avaliações subjetivas
de discussões on-line lideradas por facilitadores
e especialistas no assunto com (ii) feedback em
tempo real de mineração de dados e análise
semântica de discussões on-line. As ferramentas
de IO contribuem para profundas mudanças
estruturais e transformações no clima social, na
cultura de colaboração e no papel da inteligência
coletiva interna (Chauvel, Tressols e Despres, 2012).
A ideia por trás das ferramentas de IO é transformar
modelos de crowdsourcing que aplicam “sabedoria
das multidões” em “sabedoria de especialistas” para
resolver problemas complexos.
Apesar do apelo intuitivo de que os conceitos
de GC e IO são complementares e interdependentes,
essa relação tem recebido relativamente pouca
atenção na literatura. Para Halal e Kull (1998),
a IO é função de cinco subsistemas cognitivos:
estrutura organizacional; cultura organizacional;
relacionamento com stakeholders e processos
estratégicos e GC. Liebowitz (1999) enfatiza que
a gestão ativa do conhecimento é essencial para
permitir a melhoria do desempenho organizacional,
resolução de problemas e tomada de decisão.
Com base nessas perspectivas, pode-se

armazenar, compartilhar e criar conhecimento,
enquanto a IO integra, analisa e interpreta esse
conhecimento para a tomada de decisão e resolução
de problemas.
Inteligência cultural como
ferramenta para reduzir a fuga de
talentos
Kroeber (1949) concordam que não existe
correlação entre genética e cultura, ou seja, qualquer
recém-nascido, independentemente de onde nasceu,
absorverá a cultura em que cresce. Kroeber vai além

graças à cultura. Para ele o homem é um ser que está
acima de suas limitações orgânicas, a cultura é um
processo cumulativo, ou seja, o homem acumula
experiências e, portanto, cultura.
11
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A partir desta compreensão do impacto da


e a personalidade.
Geertz (1973) estava particularmente
interessado nos diferentes aspectos da ação coletiva
em relação aos problemas sociais e, portanto,
reavivou e transformou o conceito antropológico de
cultura de modo a tornar evidente a sua relevância
para uma série de disciplinas humanísticas. Ele
mudou a direção do pensamento em muitos campos,
apontando para a importância e complexidade da
cultura e a necessidade de sua interpretação. Geertz
(1973) também investigou o impacto do conceito
de cultura no conceito de homem, o crescimento
da cultura, a evolução da mente e o religião como
sistema cultural. Seu trabalho vai na direção do fato
de que a cultura impacta mais do que a genética e a
personalidade no processo de tomada de decisão.

(1985) como um padrão de pressupostos básicos
partilhados que o grupo aprendeu na resolução dos
seus problemas de adaptação externa e integração
    
para ser considerado válido e, portanto, para ser
ensinado a novos membros como a maneira correta
de perceber, pensar e sentir sobre esses problemas
(Schein, 1985).
Marques (2018) ajuda a compreender
a relação entre cultura, participação social
e inteligência em seu estudo sobre cidades
inteligentes. Ela explica que o conceito de cidades
inteligentes está cada vez mais difundido e evolui
de uma orientação para a difusão da tecnologia
digital e do potencial económico e corporativo dos
projetos de cidades inteligentes para uma segunda
geração em que a abordagem é descentralizada e
antropocêntrica para promover a colaboração e
o envolvimento comunitário.
A inteligência cultural —IC— refere-se a
um conjunto geral de capacidades relevantes
para situações caracterizadas pela diversidade
cultural. A inteligência emocional difere, portanto,
da IC porque se concentra na capacidade geral de
perceber e gerir emoções independentemente do
contexto cultural (Ang et al., 2007).
Argumentos teóricos sugerem que os executivos
seniores que são mais inteligentes culturalmente
são mais capazes de examinar os seus ambientes
em busca de informações relevantes e precisas e
usar essas informações de maior qualidade para
tomar melhores decisões e assumir riscos mais bem
calculados (Ang et al., 2007).
Uma razão pela qual a IC aumenta o desempenho
no trabalho é que resulta em melhor julgamento
e tomada de decisões. Um resultado cognitivo
importante é o julgamento cultural e a tomada de
decisão, que se refere à qualidade das decisões
relativas às interações interculturais (Ang et al., 2007).
A cultura desempenha um papel importante
na criação de condições para a aprendizagem com
ambientes internos e externos.
    
apresentadas no Quadro 1 e concluem que os
alemães são mais orientados para o futuro em
comparação aos brasileiros.
Quadro 1. Dimensões da cultura nacional no Brasil e Alemanha
Dimensões da cultura nacional Alemanha Brasil
Orientação futura alto baixo
Grau de aversão à incerteza alto baixo
Orientação de desempenho alto baixo
Coletivismo dentro do grupo baixo alto
Liderança autoprotetora baixo alto
Fonte: House et al. (2004).
Embora as dimensões da cultura nacional da
Alemanha e do Brasil tenham uma diferença de
quase 20 anos, não há estudos mais recentes sobre
a cultura nacional e nenhum grande evento, nem
mesmo a pandemia, conseguiu alterar a cultura de
qualquer um desses países.
O raciocínio por trás das dimensões da cultura
nacional encontradas por Hofstede (2001) e House
et al. (2004) baseia-se no fato de que a cultura
nacional afeta comportamentos organizacionais
e sociais que são persistentes ao longo do tempo,

determinada maneira (Schein, 1985). Situação que

12
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CRISTIANO DE ANGELIS
Revista Perspectiva Empresarial, Vol. 11, No. 2, julio-diciembre de 2024, 5-22
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nas áreas de comprometimento com os objetivos,
valores e normas organizacionais (Deal and
Kennedy, 1982).
Hofstede (1991) argumenta que a distância
do poder, o individualismo versus coletivismo, a
masculinidade versus feminilidade e a evitação da
incerteza têm particular relevância para questões
de design e comportamento organizacional. Mais
tarde, Hofstede incluiu uma quinta dimensão
cultural na sua investigação original sobre a
International Business Machines Corporation —
IBM—, nomeadamente, orientação de longo prazo
versus orientação de curto prazo (Hofstede, 2001).

cultura é necessário que ocorram eventos muito
fortes que possam motivar as pessoas a reverem
crenças, valores, pressupostos e tradições.
O estabelecimento de novas crenças requer um
modelo de exemplo: demonstrar fazendo coisas
consistentes com as novas crenças e recompensando
aqueles que se comportam de maneira a apoiar os
resultados e crenças desejados.

por Hofstede como a principal característica dos
países latinos, é a principal razão das dificuldades
em integrar os três pilares da inteligência
(estratégia, previsão e ação) no Brasil. A cultura
de “apagar incêndios” é resultado da dificuldade de
criar conhecimento relevante para prever eventos e
desenvolver uma estratégia de ação governamental.
Por outro lado, a sociedade alemã, na pesquisa
de Brodbeck e Frese (2002), recebeu uma pontuação
baixa para orientação humana. Isso leva a uma
maneira formal de se comportar em público ou no
local de trabalho.
No entanto, os alemães possuem o mais alto
nível de IC, pois muitas vezes viajam pelo mundo,
antes mesmo de ingressar na universidade,
trocando conhecimentos e aprendendo sobre
diferentes culturas por meio da comparação. A IC,
diferentemente de outros tipos de inteligência,
pressupõe altos níveis de independência e
maturidade para se integrar a outras culturas e
aprender com elas.

pressupostos teóricos do modelo de IC é a Escala
de Inteligência Cultural —CQS— (Ang et al., 2007).
Este instrumento de 20 itens foi recentemente
considerado uma das medidas de competência
intercultural mais validadas (Matsumoto and
Hwang, 2013).
Segundo Greischel et al. (2021), a validação
de uma versão alemã do CQS está pendente há
algum tempo. Isto é surpreendente, uma vez que
os países de língua alemã se tornaram cada vez

21,2 milhões de habitantes da Alemanha têm
antecedentes migratórios, o que torna a competência
intercultural um pré-requisito importante em

o ensino. Quase todos os 475 participantes nesta
investigação falavam uma língua diferente do
alemão (97%) (Greischel et al., 2021).
No estudo intitulado “Validation of a German
Version of the Cultural Intelligence Scale”,
Greischel et al. (2021) constataram que 97,5%
dos entrevistados (425) falam pelo menos mais um
idioma. Esta constatação pode estar relacionada
ao fato de famílias, universidades, empresas e
governo, incluindo o Exército, terem decidido adotar
o modelo de IC após a Segunda Guerra para permitir
que os jovens atingissem a maturidade e abrissem
empresas.
No nível nacional, esta pesquisa pode facilitar
a compreensão do impacto da cultura na sociedade
(nível micro: famílias e empresas), na economia e no
governo (nível macro). Mesmo alguns economistas,
focados em resolver problemas econômicos por
meio de políticas macroeconômicas expansionistas,

nacional nas organizações e governos.
Por que, por exemplo, a Europa Latina, o famoso
clube dos PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e
Espanha), tem economias baseadas no turismo com
o maior nível de fuga de cérebros?
     
comportamento é fundamental para entender as

que as pessoas têm em aprender por comparação
e colaboração a partir de uma visão e ação global,
colaborativa e inclusiva.
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ARTÍCULOS
CRISTIANO DE ANGELIS
Revista Perspectiva Empresarial, Vol. 11, No. 2, julio-diciembre de 2024, 5-22
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Hofstede (1991) e House et al. (2004)
descobriram que: (i) a América Latina pontua
alto em coletivismo dentro do grupo e baixo em
orientação para o futuro e evitação de incertezas;
(ii) a Europa germânica pontuou alto em evitação de
incerteza e orientação futura, e baixo em coletivismo
em grupo (Quadro I).
No entanto, apesar de os alemães serem
empreendedores, eles estão incluídos na “crise

alemã em assumir riscos e o baixo nível de
coletivismo dentro do grupo, o que causa problemas
em compartilhar, criar e aplicar conhecimento. Este

quanto mais globalizado, complexo e incerto é o
mundo, mais é necessário arriscar e compartilhar
conhecimento.
Os extremos, como é o caso das culturas opostas
do Brasil e da Alemanha, nunca são bons para
nenhum dos dois países e então eles devem buscar
um processo de aprendizagem por comparação e
colaboração com outras culturas para desenvolver
e integrar diferentes inteligências. Na verdade, as
diferenças culturais entre a Alemanha e o Brasil
não são maiores do que a atitude dos brasileiros e o
conhecimento aplicado dos alemães. A combinação
de conhecimento com atitude e habilidades
é chamada de competência, e inteligência é
competência em ação para resolver problemas.
É muito importante que os professores
brasileiros possam apoiar o desenvolvimento da IC
(aprender por comparação com outras culturas), em
particular no incentivo para que os alunos aprendam
outro idioma e tenham experiência em outro país.
Mais de 5 milhões de brasileiros estudam
espanhol no Brasil, segundo o “Anuário 2009” do
Instituto Cervantes. O número é cinco vezes maior
que o último estudo, feito em 2006, quando havia um
milhão de pessoas aprendendo o idioma no país. No
entanto a população do Brasil em 2020 estimada em
212.559.417 habitantes é o único país da América
do Sul cuja língua é o português; todos os demais
são de língua espanhola.
O Observatório do Ensino de Inglês no Brasil
faz parte do programa “Skills for Prosperity
lançado no Brasil em dezembro de 2020, cujo
objetivo é aprimorar o ensino de inglês em países
em desenvolvimento. Além do Brasil, o programa
inclui México, Egito, Nigéria, Quênia, África do Sul,
Filipinas, Malásia e Indonésia.
A IC tem um forte impacto nos processos de
criação e aplicação do conhecimento. Isso ocorre
porque ao estar conectado com outras culturas,
também está conectado com outras formas de
pensar e agir, o que aumenta a capacidade de criar
conhecimento relevante e aplicá-lo coletivamente,
dada a maior integração à nova comunidade quando
as primeiras barreiras são superadas.Aprender
com outros pressupostos, crenças e valores traz
maturidade para transformar a complexidade em
simplicidade, como é o caso do alemão que conhece
vários idiomas e culturas antes de ingressar na
universidade e por isso desenvolve uma alta
capacidade de empreender e é hoje um dos países
que mais recebem pessoas devido ao fenômeno
conhecido como “fuga de cérebros” devido à falta
de oportunidades no país de origem e à diáspora
.
O Brasil tem apenas uma biblioteca pública
para cada 33 mil habitantes. São hoje 5796
bibliotecas públicas cadastradas ou em processo
de implantação. Os números são resultado de um
levantamento feito pela Fundação Biblioteca
Nacional. Na Argentina, a média é de uma
biblioteca para cada 17 mil pessoas. Segundo o
Conselho Federal de Biblioteconomia —CFB—,
a proporção na França é de uma instituição para
cada 2500 pessoas.
Entre 2015 e 2020, o Brasil perdeu ao menos
764 bibliotecas públicas, segundo dados do Sistema
Nacional de Bibliotecas Públicas —SNBP—, mantido
pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério
do Turismo. De acordo com a USP o desmonte das
bibliotecas públicas evidencia o desinvestimento
cultural e educacional no Brasil (USP, 2022).
Além disso, a relutância dos brasileiros em
explorar culturas estrangeiras, uma forma de
risco e adaptação transcultural, não é porque eles
não querem, é porque eles não se sentem fortes

conhecimento, já que o Brasil tem menos bibliotecas
do que Buenos Aires, a capital da Argentina
(Dimenstein, 2006). A maioria dos livros no Brasil
são de autoajuda e não consideram outros idiomas
importantes, inclusive o espanhol.
14
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E-ISSN 2389-8194
Certo que se deve considerar as barreiras
socioeconômicas quando falamos da classe baixa,

hábito de leitura e vontade de estudar visto a cultura
de distração muito bem estabelecida no país pelo
governo e aceita pela população tornando-se um
dos países mais corruptos e violentos do mundo.
A renda e a posição socioeconômica têm

e aprendizado dos jovens e essa desigualdade é
mais acentuada no Brasil do que em grande parte
do mundo, aponta a Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico —OCDE— em
seu relatório “Education at Glance” de 2021. A


textos escritos de modo a conquistar objetivos,
desenvolver conhecimento e potencial e participar
da sociedade” (p. 83).
No Programa Internacional de Avaliação de
Alunos, relatório PISA 2018, os alunos brasileiros
pontuaram, em média, 413 em leitura (para
efeitos comparativos, a China, que encabeça o
ranking, pontuou 555 nesse quesito), mantendo-
se praticamente estagnado na última década.
No Brasil, diz a OCDE, a proporção de jovens
da camada mais pobre que conseguiu alcançar o
nível 2 em leitura do PISA foi 55% menor do que a
de jovens brasileiros de renda mais alta.
Apenas um terço (33%) dos estudantes havia
sido capaz de distinguir fatos de opiniões em uma
das perguntas aplicadas no PISA, o que pode ter
prejudicado o entendimento dos brasileiros que
invadiram a Praça dos Três Poderes em 08.01.2023.
      
dominaram a lista de livros mais vendidos em
relatório feito pela Nielsen BookData (2022).
Dados de 2018 do Instituto Cervantes mostram
que 460 mil pessoas no Brasil têm um domínio
nativo do espanhol e outras 6,12 milhões aprendem
o idioma (abaixo apenas dos Estados Unidos).
Isso é quase o tamanho da população da cidade
do Rio de Janeiro! Ou seja, há interesse e demanda
dos brasileiros em aprender a língua espanhola,
mesmo que seja muito pequena.
Por outro lado, o espanhol ainda não parece ter
o destaque que merece em muitas escolas ou no dia

distanciamento de muitos brasileiros com a leitura
e o pensamento de que o Brasil é o melhor país para
se viver pela abundância de recursos naturais,
principalmente praias e cachoeiras.
Porém, para Kulikowski (2000), embora o
espanhol tivesse presença marcante no currículo
do ensino médio das escolas brasileiras até 1961,
ocorreram reformas que provocaram a redução
cada vez maior da oferta multilíngue existente, até
que a língua inglesa ganhou espaço e o ensino das

única língua, o inglês, que, após a Segunda Guerra e o
avanço dos Estados Unidos como potência mundial,
se consolidou em todo o mundo.
Infelizmente, a Lei 11.161/2005, que
determinava a obrigatoriedade da língua espanhola
nos planos de estudos do ensino médio completo
para 2010, foi revogada pela Medida Provisória
746/2016, e posteriormente pela Lei 13.415/2017.
Apesar de o Brasil ser o único país da América do
Sul que só fala português, a relatora do projeto de
lei 3.321/12, professora universitária e deputada
Dorinha Rezende, conseguiu convencer os demais
deputados a rejeitar o projeto de lei que iria tornar
obrigatório o ensino do espanhol nas escolas, sob
o argumento de que “ainda temos muito a fazer em

laboratórios e tecnologias educacionais”.
Como se sabe que equipamentos, laboratórios
e tecnologias educacionais não são impedimentos
para o ensino da língua espanhola, o governo
poderia recorrer a venezuelanos com formação
em ensino de espanhol para anular a revogação da
Lei 13.415 e tornar obrigatório o ensino do idioma.
Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou a
entrada de mais de 70 mil venezuelanos, segundo
levantamento das informações mensais da

e Triagem de Imigrantes.
Segundo a edição de 2010 da Enciclopédia
Nacional Sueca, o espanhol é a segunda língua mais
falada no mundo (5,85% da população mundial),
superado apenas pelo mandarim (14,1%), enquanto
o português é falado por 3,1% da população mundial
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ARTÍCULOS
CRISTIANO DE ANGELIS
Revista Perspectiva Empresarial, Vol. 11, No. 2, julio-diciembre de 2024, 5-22
E-ISSN 2389-8194
população. Além disso, existem cerca de 37 milhões
de falantes de espanhol nos Estados Unidos, segundo
o US Census Bureau, apenas 2 milhões a menos que
em toda a Argentina, com cerca de 39 milhões de
falantes, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas
e Censos do país.
Exemplos de educação para o
empreendedorismo através da colaboração
universidade-indústria podem ser vistos
em várias universidades, em diversos países
(Etzkowitz and Leydesdorff, 2000; Barr et al.,
2009; Meyer et al., 2011).
De acordo com Lundqvist e Williams (2013),
a educação colaborativa entre a universidade e
a indústria não foi suficientemente estudado
para oferecer um modelo e práticas claros para
promover o intercâmbio de conhecimentos
e, em seguida, a criação e aplicação de novos
conhecimentos entre estes dois grupos. Por
conseguinte, este artigo propõe o modelo CCI
para compreender o elevado impacto da IC na
GC e na IO, e, consequentemente, a importância
do equilíbrio entre conhecimento e experiência.
Chaves e Castro (2016) argumentam
que o Brasil vinha realizando políticas de
internacionalização, por meio da mobilidade
estudantil, com ações ainda tímidas em relação
aos países desenvolvidos. Os autores consideram
que o Brasil precisava consolidar uma política
de Estado para aprimorar seu sistema de ensino

outros países emergentes, para que nossa nação
possa inserir-se com mais autoridade no cenário
globalizado econômico e educacional.
Segundo de Carvalho (2017), o governo
brasileiro, diante das diversas mudanças que
vinham ocorrendo no cenário mundial nos campos
econômico e tecnológico, constatou a carência
    
desenvolvimento para o futuro de nossa nação.
Dessa forma, decidiu direcionar esforços para
oferecer aos nossos jovens o aprendizado de outras
culturas e países mais avançados na produção de
conhecimento, melhorando o desempenho futuro
da produção tecnológica nacional.
De Carvalho (2017) e Chaves e Castro (2016)
concordam plenamente que o Brasil precisava ter
uma política voltada para o estímulo à formação
de qualidade no ensino superior, para que o país
     
mundo globalizado. Compartilhando do mesmo
ponto de vista, os autores acreditam que nossos
alunos precisam de uma preparação mais completa,
para que no futuro possam promover a produção
tecnológica nacional.
Para Chaves e Castro (2016), o Brasil tem uma

Programa Ciência Sem Fronteiras veio na hora certa.
Ciência sem Fronteiras foi um programa de pesquisa
criado em 26 de julho de 2011 para incentivar a
formação acadêmica no exterior, oferecendo bolsas
     
     
outros países.
O governo federal criou o Programa Ciência
sem Fronteiras devido à necessidade do Brasil
de preparar seus recursos humanos de forma
    
crescimento e desenvolvimento. Para isso,
priorizou o envio de alunos de graduação para
estudar em instituições de ensino superior ao
redor do mundo (de Carvalho, 2017). Infelizmente
o programa acabou no ano de 2017, após decisões
tomadas na vigência do governo do presidente
interino Michel Temer.

Alemão de Intercâmbio Acadêmico —DAAD—
(mestrados e doutorados) ou até mesmo dialogar
com outros países da América do Sul para criar um
programa tipo Erasmus (estadias curtas, parte do
programa de graduação).
Ao incentivar as instituições de ensino superior
a cooperarem entre si, o Programa de Intercâmbio
Erasmus visa permitir que os estudantes
estudem no estrangeiro e reconheçam os países
e culturas europeias, contribuindo para o reforço
da comunicação e cooperação entre os países, o
desenvolvimento e popularização dos padrões
europeus na educação, a melhoria da qualidade
do ensino superior. Este programa visa também
formar pessoas preparadas que correspondam
às expectativas do mundo empresarial e das
universidades que oferecem serviços de ensino

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Revista Perspectiva Empresarial, Vol. 11, No. 2, julio-diciembre de 2024, 5-22
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Um modelo de inteligência cultural, gestão do conhecimento e
inteligência organizacional
Esta pesquisa testa empiricamente três hipóteses (Quadro 2):
Quadro 2. Hipóteses no modelo CCI
Hipóteses Fontes Resultados
H1: IC influencia positivamente a GC Alavi e Leidner (2001), Deal e Kennedy (2002) e Tweed e
Lehman (2002), sugerem que a forma como os indivíduos
percebem, organizam e processam a informação e a
forma como comunicam com os outros e a forma como
compreendem, organizam e geram conhecimentos e
resolvem problemas, está relacionado com a cultura.
Suportado
H2: IC influencia a IO positivamente Akgun et al. (2007) sustentam que a IO é una atividade
cotidiana que se distribui cognitivamente e se demonstra
mediante o comportamento das pessoas, suas culturas
e suas rotinas organizacionais.
Suportado
H3: GC influencia positivamente a IO A gestão ativa do conhecimento é fundamental para
permitir a melhora do rendimento organizacional,
a resolução de problemas e a tomada de decisões
(Liebowitz, 1999).
Suportado
Fuente: elaboração própria.
Metodologia
Após uma extensa revisão de pesquisa teórica
e empírica e métodos de pesquisa, esta pesquisa
adotou o procedimento de entrevistas para obter
informações dos entrevistados-alvo e atingir
os objetivos deste projeto de pesquisa. O uso de
informantes-chave organizacionais para coleta
de dados tem sido um método popular em muitos
contextos de pesquisa (Huber and Power, 1985).
A metodologia escolhida é uma revisão de
literatura e uma análise qualitativa de entrevistas.
Snyder (2019) destaca que a revisão de
literatura como método de pesquisa é mais relevante
do que nunca. As revisões de literatura tradicionais
muitas vezes carecem de exaustividade e rigor e são
realizadas ad hoc, em vez de seguir uma metodologia
.
Este trabalho realiza uma revisão integrativa
da literatura sobre GC, IO e IC.
A integração ocorre não apenas na própria

esses conceitos é demonstrada por meio de
diferentes fontes, mas também por meio do modelo
de pesquisa em que todos os construtos estão
presentes.
Para dar maior credibilidade à análise da revisão

realizadas entrevistas.
Resultados e discussão
Esta pesquisa é baseada em um estudo realizado
em duas universidades no Brasil e na Alemanha,
realizando entrevistas semiestruturadas, 30
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questões em 3 dimensões (cultura, conhecimento
e inteligência), com alunos e professores de
universidades brasileiras (Universidade Federal
de Santa Catarina e Universidade Federal do Rio
Grande do Sul) e universidades alemãs (Freie
Universität e Koeln Universität). No total, foram
realizadas 101 entrevistas.
Segundo Miller e Glassner (2004) as entrevistas
são concebidas e executadas para compreender e
dar voz às experiências, comportamentos e atitudes
dos participantes de forma não ameaçadora,
.
O modelo CCI é apresentado na figura 2:
Figura 2. O modelo CCI. Fonte: elaboração própria.

. Em consonância
com a literatura anterior, os resultados deste estudo
sugerem que o desenvolvimento de uma cultura
organizacional suporta a aplicação de práticas de GC
(Davenport and Prusak, 1998; Nonaka and Takeuchi,
1995; Gold, Malhotra and Segars, 2001; Janz and
Prasarnphanic, 2003; Lee and Choi, 2003; Donate
and Guadamillas, 2011).
Caloghirou, Kastelli e Tsakanikas (2004)
     
disponibilidade de conhecimento aumentará a
capacidade das pessoas de buscar, reconhecer e
apresentar um problema, bem como de assimilar
e utilizar novos conhecimentos para a resolução
de problemas.

organizacional, por isso é aconselhável mudar
primeiro o clima organizacional.
Espinoza-Santeli e Jiménez (2018) concluem
que a gestão do clima organizacional —CO— é um
compromisso e corresponsabilidade para melhorar
a qualidade de vida das pessoas que pertencem a
uma organização.
Todos os participantes foram devidamente
orientados sobre os temas de IC, GC e IO. Na
entrevista sobre IC, a grande maioria dos estudantes
brasileiros respondeu que compartilha sentimentos
e problemas com os amigos em conversas
presenciais ou pelas redes sociais (principalmente
após a COVID-19), indicando o impacto da cultura
no implícito conhecimento. Eles seguem o caminho
mais fácil para aproveitar a vida no presente e
ajudar os outros a fazerem o mesmo, têm paciência
para ouvir e motivação para estudar e trabalhar
no exterior, mas conhecem a limitação da falta de
conhecimento relevante.
Por outro lado, os estudantes alemães são
altamente motivados por suas famílias, professores
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e governo para viajar antes mesmo de ingressar
na universidade e, portanto, desenvolvem uma
alta capacidade de abrir empresas durante e após
os cursos de graduação, estando inclusive mais
preparados para escolher suas carreiras.
A maioria dos estudantes brasileiros e
professores, escolheram a opção “Nem concordo
nem discordo” na pesquisa sobre GC e IC, porque
não entendem a importância do processo de
aprendizagem com outras culturas para desenvolver
a capacidade de aplicaçãodo conhecimento. Em
outras palavras, eles não conseguem entender
adequadamente a importância de explorar culturas
estrangeiras, uma forma de assumir riscos e de se
adaptar transculturalmente, para mudar culturas
atingindo a mente madura e empreendedora.
.
Embora os brasileiros sejam coletivistas
familiares (Hofstede, 2001; House et al., 2004)
criando uma cultura de compartilhamento com
sua família e contatos, os alemães são orientados
principalmente pelas normas nacionais (Triandis,
1995), uma vez que os brasileiros têm muito menos
experiência em comparação com os alemães para
desenvolver suas próprias personalidades e
independência individual. Os participantes das
entrevistas demonstraram que os brasileiros têm
mais habilidades de compartilhamento emocional,
enquanto os participantes alemães destacaram suas
experiências de outras culturas como fundamentais
para suas decisões. Assim, a H2 é confirmada.

realizadas nas universidades brasileiras leva à
conclusão de que elas não estão motivadas a mudar
a cultura universitária, então as normas as orientam


são muito mais elevados em comparação com
estudantes de universidades brasileiras, o que
os ajuda a entender o mundo. Ao contrário, são
poucas as universidades internacionais no Brasil
que recebem estudantes estrangeiros. Isso indica
que a GC apoia positivamente a estratégia e a ação
do governo. Apoiando assim a H3.
Outro ponto importante é que os alemães
querem deixar as regras e regulamentos bem claros
quando qualquer discussão acontece, enquanto os

interrupções.
Esses resultados são mais fáceis de entender
quando comparados à entrevista sobre IC e GC. Os

conforto para evitar o estresse de se adaptar a uma
cultura que lhes é nova, especialmente nas economias
baseadas no conhecimento e na inteligência. O
       
condições de compra de uma cultura diferente,
já que sua cultura é isolada do resto do mundo.
Gostam de receber outras nacionalidades, mas
não querem sair do país para realmente aprender
com elas, embora vários brasileiros emigrem para
outros países, mas a grande maioria para trabalhar
em empregos sem base no conhecimento.
Na entrevista sobre GC com professores dos dois

do Brasil, há uma utilização constante de equipes
multidisciplinares que atravessam a estrutura
formal tradicional e hierárquica. De fato, na
Alemanha, as redes formais de colaboração são
estratégicas e vão além da própria universidade,
envolvendo outras universidades, parceiros,
clientes, fornecedores.
      
capacidade de gerar conhecimento relevante, já
que outros países estão aproveitando o pouco
conhecimento dos funcionários brasileiros para
demiti-los posteriormente.
Os currículos de formação de professores
devem incorporar e promover fatores como a
abertura à interação intercultural e à aprendizagem
intercultural, a vontade de reconhecer e utilizar o
multiculturalismo e a diversidade cultural como

criar programas de intercâmbio para professores

estudantes, como o programa Erasmus na Europa.
Uma solução para diminuir a alta fuga de
cérebros e as crises econômicas no Brasil deveria
ser a interferência do governo e dirigentes
universitários, alterando o processo de seleção e
desenvolvimento de professores (IO). No Brasil, o
governo deveria investir nas antigas e abrir novas
universidades públicas, bem como promover
campanhas para incentivar as pessoas a estudar.
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ARTÍCULOS
CRISTIANO DE ANGELIS
Revista Perspectiva Empresarial, Vol. 11, No. 2, julio-diciembre de 2024, 5-22
E-ISSN 2389-8194
Este estudo tenta motivar pais e professores,
bem como o governo, no Brasil, a reconhecer a
importância das diferenças culturais para atingir
a maturidade.
As diferenças culturais precisam ser
reconhecidas e abordadas no treinamento de
criatividade, onde participantes de diferentes
culturas têm oportunidades iguais de compartilhar
suas perspectivas e experiências sobre criatividade
e inovação (Tang and Werner, 2017).
Um aluno com alto nível de experiência e
resiliência está mais disposto a aplicar o que
aprendeu em outra cultura (experiência) e retornar
ao seu país de origem com habilidades culturais e
inteligência (conhecimento em ação) para fazer a
diferença. Quando os alunos morarem no exterior,
poderão participar de atividades de mentoria,
melhores práticas e lições aprendidas para ajudar
o Brasil a reduzir a fuga de cérebros.

a intenção de contribuir com conhecimento e
experiência em um programa de CG.
Conclusões
Este artigo mostrou que a inteligência, a
aplicação do conhecimento, é mais importante do
que o próprio conhecimento quando se trata de
promover o desenvolvimento e, portanto, a barreira
de acesso ao conhecimento relevante no Brasil e sua
aplicação pode ser superada por meio de um plano
de IC que apoie o desenvolvimento do conhecimento
cultural.
Estudos anteriores indicaram que a colaboração

o treinamento empresarial, pois pode perceber

com a experiência prática. No entanto, existem
barreiras para as indústrias obterem conhecimento
acadêmico e para os alunos adquirirem experiência
prática. Os objetivos deste estudo foram: (i) propor
um modelo capaz de capturar a relação entre
cultura, conhecimento e inteligência e (ii) fornece

da fuga de cérebros e na melhoria do mercado de
trabalho no Brasil. Assim, o modelo CCI fornece
uma estrutura para universidades e indústrias
desenvolverem seu plano de compartilhamento
de conhecimento e experiência, juntamente com
motivação e envolvimento entre os alunos.
O estudo conclui que o investimento em
programas de intercâmbio acadêmico (IC) e
práticas de GC (tutoria, melhores práticas e
lições aprendidas) pode melhorar o nível de IC na
América Latina.
Os autores recomendam que novas pesquisas
sejam realizadas em maior escala para entender
melhor as interações entre as variáveis do modelo
CCI, especialmente a relação entre cultura e
conhecimento no aprimoramento da inteligência.
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